Para combater perdas no comércio, marcas vão investir na comunicação e vendas online e por telefone. Pesquisas apontam perdas de até 40 bilhões este ano.
Mais de cinco semanas de moda foram canceladas nos últimos dias por conta do coronavírus, entre elas a São Paulo Fashion Week, o maior evento de moda do Brasil. O impacto da pandemia no mercado fashion já é significativo mas será ainda maior nos próximos meses em todas as etapas da cadeia.
Em primeiro lugar, o comércio vai sentir em breve a redução no número de potenciais consumidores circulando em shoppings de todo o mundo, locais fechados de grande aglomeração. Segundo relatório da Altagamma, BCG and Bernstein, o mercado de luxo pode enfrentar um declínio de 10 bilhões de euros nas vendas. Desde 2012, os chineses impulsionam cerca de 70% do crescimento global no mercado de luxo – e se a pandemia se estender por longos meses e eles ficarem em casa, como recomendado, o impacto é certo.
Este estudo mostra ainda que o setor como um todo pode perder cerca de 30 a 40 bilhões de euros este ano. Tamanho pessimismo é ainda mais preocupante para um mercado como o carioca, que já vem sofrendo perdas nos últimos anos pela crise no estado e na cidade.
Neste sentido, as lojas de rua e ateliês certamente terão preferência na hora das compras por apresentarem quase sempre um número menor de pessoas dentro do espaço e permitir a circulação de ar. Como estilista e empresária, é preciso traçar algumas estratégias que ao mesmo tempo podem preservar as vendas (ou reduzir as perdas) neste momento de crise na saúde e também, o mais importante, podem proteger tanto os consumidores quando nós que trabalhamos com moda.
As marcas vão investir na comunicação online com seus clientes. Além disso, é importante também, como marca, estar disponível e acessível para o cliente não apenas em loja online e Instagram, mas por telefone e WhatsApp também. Os clientes que não se sentirem seguros em sair para fazer compras, devem entrar em contato com a marca e perguntar sobre a possibilidade de receber peças que deseja experimentar ou comprar em casa. Enfim, mudanças na relação de consumo vão acontecer na medida do possível.
O momento é de preocupação com a saúde de todos e também com o sistema econômico, que, com uma crise desta, pode impactar no número de empregos e no preço das matérias-primas. Mas se todos estivermos comprometidos com os cuidados necessários para evitar que o número de infectados aumente tão rapidamente como ocorreu na Itália e China, não apenas a saúde pública será beneficiada, mas, consequentemente, melhoram também a economia e o mercado de moda.
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